Por João de Tidinha
A noite do natal sempre nos leva a uma reflexão sobre as pessoas mais pobres, os mais necessitados; aqueles que não têm uma moradia, que dependem do governo para conseguirem uma educação básica e um atendimento de saúde para si e seus familiares. Fico imaginando o tamanho do sofrimento e angústia dessas pessoas, dependentes, sem qualquer perspectiva e esperança, sempre tendo que pedir e a gradecer aos políticos por aquilo que é seu de direito.
Inevitavelmente minhas reflexões sempre me levam aos pobres e mais carentes de Euclides da Cunha, cidade onde nasci.
Nesse natal fiquei satisfeito em ver o centro da cidade bem iluminado, transmitindo a todos uma fantasia de cores, beleza e deslumbramento. Porém, sei que só isso não basta para um verdadeiro avanço da cidadania, já que tal fato não vai diminuir a angústia de uma mãe ver seus familiares sofrendo por não terem onde morar e por não conseguirem um atendimento médico digno.
Como podemos nos deslumbrar ou nos emocionar com uma iluminação bonita, quando temos diante de nossos olhos a ineficiência dos serviços públicos atingindo de forma tão cruel os mais necessitados, que não escolheu sua classe social, mas escolheu o seu governante, e nele depositou sua fé e sua esperança? Isso é algo que não devemos esquecer!
Mesmo que nossos familiares não tenham que amargar horas e horas de espera no hospital público ou nos postos de saúde; mesmo que os nossos filhos e netos não sejam vitimas das precárias e lamentáveis condições das escolas públicas; não devemos nos calar diante dessa situação se queremos um futuro melhor para o nosso povo e o nosso Município. Lembremo-nos o que diz Elie Wiesel: ”O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença”.
Se não somos carente e temos condições sociais que nos dão conforto é porque fomos contemplados pela loteria biológica do nosso nascimento. Em gratidão, devemos reconhecer a nossa dívida com os mais pobres, os necessitados, os esquecidos.
Apelo para os nossos governantes que tenham compaixão. O povo precisa muito mais do que fantasia para evoluir como cidadão digno. Devemos nos colocar no lugar de cada um deles e lembrarmos que além da nossa família biológica, fazemos parte de uma família maior – a família humana. Não sejamos omissos, egoístas e vaidosos.
Devemos dar ao povo não só entretenimento, mas confiança, esperança e humanidade, pois os carentes e necessitados são pessoas como nós, com os mesmos sonhos e anseios.
Por tudo isso, mais uma vez apelo aos nossos governantes que tenham compaixão e olhem para o nosso povo com os olhos da alma e ouvidos do coração. Precisamos dar ao ser humano condições dignas de sobrevivência, garantindo-lhe atendimento médico e educação de boa qualidade. Precisamos sim, muito mais do que fantasias!
Façamos votos para que o programa Brasil sem miséria da presidente Dilma possa atingir a sua meta de retirar da miséria os 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na pobreza absoluta e tenha força também, para continuar a luta contra a corrupção e qualquer tipo de desvio ou mal-feito, conforme seu pronunciamento transmitido no último dia 23 em rede nacional de rádio e televisão.
Leave a Reply