Toda a força à presidente

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carta ao leitor-revista VEJA- Edição2230 

 

Desde junho, a presidente Dilma Rousseff vem enfrentando com determinação a série de denúncias sobre esquemas de corrupção no ministério que se viu obrigada a montar sob os auspícios de seu antecessor e aliados políticos. O primeiro a cair foi o então ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que não soube explicar a origem da dinheirama que lhe permitiu comprar apartamentos de luxo em São Paulo – um deles revelado por esta revista. Em seguida, foi a vez do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ele e outros 26 funcionários que comandava foram exonerados, depois que VEJA mostrou o superfaturamento em obras inacabadas e cobranças de propina na pasta. Na semana passada, também por meio de uma reportagem desta revista, o país foi informado de lambanças promovidas no Ministério da Agricultura, atualmente sob a batuta de Wagner Rossí. No curso da apuração, o editor Rodrigo Rangel foi covardemente agredido por um meliante que se movimentava com liberdade dentro do ministério, para subornar servidores e manipular licitações. O meliante está foragido e o número 2 na hierarquia da repartição foi demitido. Na mesma semana, a Polícia Federal estourou uma quadrilha que agia dentro do Ministério do Turismo desde a gestão anterior. Trinta e seis pessoas foram presas.

Nesta edição, VEJA traz outra reportagem envolvendo o ministro Wagner Rossi. Quando comandava a Companhia Nacional de Abastecimento, ligada à Agricultura, ele ajudou a jogar no lixo 8 toneladas de feijão, para encobrir uma fraude eleitoral. Na condição de presidente da Companhia Docas doEstado de São Paulo, quitou à sorrelfa dívidas previdenciárias de noventa empresas fornecedoras do Porto de Santos. Com Rossi à frente da Agricultura, de acordo com um funcionário da pasta que falou à revista, empresas conseguiram obter facilidades em licitações mediante pagamento. Evidentemente, acusações não são provas, mas, corno o ministro é do PMDB, a presidente Dilma sofre chantagem explícita da chamada base aliada, para que evite tomar providências compatíveis com as graves denúncias contra Rossi. Ameaçam retirar-lhe o apoio no Congresso, entre outras demonstrações de espírito cívico. Assim como todos os brasileiros honestos, pagadores de impostos, VEJA está ao lado da presidente. Sua popularidade subiu graças à faxina que ela vem conduzindo, a despeito dos obstáculos. Cansamos todos de ver o dinheiro público escoar para as contas bancárias dos beneficiados pelo loteamento político na Esplanada dos Ministérios, praga da qual decorrem todos os malfeitos verificados até o momento na esfera federal. Esses milhões de cidadãos têm na presidente uma referência de força e coragem. Que Dilma Rousseff continue a fazer sua faxina e que seu exemplo se espalhe por todos os níveis da administração pública.

 

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