Wagner passa a ser Hegemônico

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Sem dúvida alguma o governador Jaques Wagner concluiu a nova escultura da política baiana, processo que iniciou, para surpresa, em 2006. Neste pleito de agora, usou o seu cinzel para formatar uma mudança que aconteceu em poucos momentos da história da Bahia, e é a principal nestes 25 anos de nova democracia, iniciada nos anos 80 com Tancredo Neves e já marcando a sexta disputa presidencial no País, de forma livre e sem temores. Aqui, em quatro anos o governador reeleito tornou-se hegemônico, dizimou o carlismo, abriu os espaços para uma nova ordem política que, no entanto, só estará concluída com a introdução de novas práticas de gestão. E, principalmente, com novos valores. Se esses valores não emergiram com a sua posse depois da vitória de 2006, agora Wagner tem à frente um cenário plural. O PT antes não sabia, mas agora sabe o que é o poder. Já não pode nem deve se alhear à nova estrutura política da Bahia. Os atores da velha política foram lançados pelas urnas ao passado, num processo dialético normal, de avanço dos modos e dos procedimentos. Creio que o governador Jaques Wagner sabe perfeitamente sobre os contornos da nova realidade que o destino lhe entregou para conduzir. Para chegar à vitória que obteve no pleito de ontem, ele tentou costurar alianças de modo a fazer o novo com retalhos do passado. O interessante é que não conseguiu concluir o que imaginara para facilitar a sua eleição. Não por causa dele, mas porque foi recusado em algumas alianças tentadas. Acabou tendo êxito total nas suas novas formas. Essa é a segunda tentativa de mudança na Bahia. A primeira, em 1986, com Waldir Pires, não deu certo. Acredito, porque a acompanhei de perto, que o responsável foi o próprio ator, Waldir. Agora a mudança está aí: acontece no Executivo, no Legislativo estadual, no Senado onde terá os três senadores. Também na representação baiana na Câmara dos Deputados. Agora, o passado está sepultado e o presente significa a virada, passando a ganhar sentido a tese do pós-carlismo. O passado da política baiana foi sepultado neste 3 de outubro. Definitivamente.

Samuel Celestino – Bahia noticias

 

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